A Poesia do Éden Que Se Rompe Em Nós e a Luz da Serpente
Assim... No princípio era a pureza. E a pureza era o Éden. Lá, éramos apenas filhos — nus de vergonha, plenos de inocência. Vivíamos sob a sombra protetora de um Deus-Pai: onipotente em cuidados, onisciente em orientações, onipresente no afeto. Mas o porquê daquele fruto? Porque assim ele mandou. Porque não podia. Porque era perigoso. Porque era cedo demais. A infância, tal qual Adão e Eva entre flores e árvores, constrói-se entre limites suaves e muros invisíveis. Crescemos sob os “porquês” de nossos pais, ecoando como mandamentos silenciosos. Não questionamos, apenas obedecemos, mesmo sem entender. Mas chega o dia. O dia em que a Serpente sussurra em nossos ouvidos não o mal, mas o primeiro grande Porquê: Por que eu não posso? Por que eu tenho que ser assim? Por que isso e por que aquilo? Misericórdia... Que criança é essa que pergunta tudo? É nesse exato instante de nossas mentes inquietas e curiosas pelas coisas do mundo que o fruto aparece diante de nós. Com o cheiro d...